domingo, 14 de dezembro de 2008

Presença

Vontade de agarrar todo segundo, e não deixar que fujam sem a minha marca. O problema é querer todo segundo.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

O mundo está errado

Ouso da minha pequenez, elevar um humilde martelo. Em verdade é um martelo que formalmente sequer existe. Admito, existe sequer conceitualmente! Mas quero elevar um martelo, e eis, assim, o que faço.
Assim posso sem que eles notem, ir consertando aquele mundo enfiado goela abaixo, que entulha o cérebro e embota o coração. Como o martelo, este mundo não existe, ou melhor, existem ambos no mesmo universo, aquele mais sutil e frágil que o outro, que ousamos chamar realidade. Lá, conserto o mundo sem que eles vejam, quando fecho os olhos para o que eles fazem.

Da praticidade das coisas

Neste tempo, basta acender o cigarro que ele segue a fumar-se, só.

No alto

Azul, é o modo como durante, o sol se relaciona com o céu.
E
Estas imagens que aparecem fantasiadas de nuvens, fugazes como um pensamento, são o modo de ser da consciência da Terra, ou apenas a minha consciência?

Pensamento

O pior das brigas é a dificuldade de fazer graça sincera.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Escrever

Juntar argila, moldar, dar cor.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Caminhos

Preciso de todas as razões do mundo.
Nada como estar determinado caminhando para algum lugar, e só existem dois caminhos para seguir: para dentro e para fora. Os dois se percorre simultaneamente.

Mais de 90% do mundo não têm o direito de escolher estes caminhos. São escravos, parados, presos ao grilhão da necessidade imposta.
Imposta pelos que não dormem, com medo dos que não comem.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Paisagem

Mijo sobre mijo, sobre mijo, sobre mijo,
sob jornal, sub criança.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Ambulante

Ele é qualquer um. Não precisa ter cara e usa isso sem se dar conta. Entra num ônibus qualquer, numa vida qualquer, num papel qualquer. Hoje, precisa só de sua cicatriz, geralmente mais útil do que sua cara e seu nome.
Não é bom contando histórias, elas sequer fazem sentido, mas isso pouco importa. Ao lado do motorista fez uma cirurgia no joelho por causa de uma doença grave, dois passos depois e tomou um tiro, mais dois e foi atropelado. Ao passar por mim sequer continua a mancar. Vendedor versátil, vende balas, chicletes, chocolates, e o seu maior sucesso: o descanso para a culpa que todos sentem por serem invisíveis. Culpa por todos os problemas pelos quais são responsáveis. Família, violência, drogas. Uma história para cada culpa. Todos pagam por volta de 0,50 centavos. A reza prática dos tempos modernos e corridos, e sentem o pequeno perdão.
O homem vai embora agradecido. Todos voltam a cochilar, a se espremer, a olhar o vazio. Um peso a menos ou um doce a mais, a espera do tempo seguinte.

Desculpe por incomodar o silêncio e a viagem de vocês.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Hiśtória

Caso existisse apenas a real história do mundo, ela seria uma História digna de maiúscula.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Lembrete:

Vivemos fazendo as perguntas erradas.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

O mundo em escala de cinza

Mastigo o mundo como quem não come.
Sem sentidos e sem sentimentos.
Pra salvar a metáfora preciso de fato,
mastigar lentamente cada pedaço,
E ter / ser
Cor, odor, calor, sabor,
e enfim não ouvir mais nada
para além de um certo tom.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Frio.
Deve ser o mundo, com esse ar cada vez mais condicionado.

sábado, 12 de janeiro de 2008

Noite

Pausa.
Velhos "amigos" pra notar mudança.
Cigarros pra lembrar a morte.
Manteiga estragada pra salvar o mundo.
Merda para...
Elocubrações.
Incoerências para ser humano.
Silêncio para que tudo assente na alma.
Algum crescimento.
Vinho, salame, cebola, queijo, salsa, cebolinha, azeitona.
Sal, azeite e vinagre.
Vinho.
Meia-orgia, notícias de alguém.
Elocubrações.
Amanhã...