terça-feira, 8 de setembro de 2009

Beirut em Salvador

Só pra registrar: o show do Beirut aqui em Salvador (na verdade "lá", estou em Santa Catarina) foi um fiasco. Pra começar todas as atrações do PercPan foram experimentais demais, o som alto demais, longas demais, introspectivas demais. O maior pecado não foi a qualidade dos artistas mas o exagero na dose em cima de um mesmo tema, gostei bastante por exemplo da Oki Dub Ainu Band que resgata instrumentos tradicionais japoneses e os mistura com o Dub, mas em meio a todas as outras atrações tudo ficou cansativo. Programado para começar às 19:30 o show começou às 20:00 e às 22:10 ainda não tinha Beirut.
Expectativa alta, esperança de algo mais leve e harmônico, alguém que toque um pouco para o público e não apenas curta a sua viagem pessoal no palco frente a todo o público presente... bom, enfim entra o Beirut no palco, e excelente: eles vão começar com Nantes, minha preferida. Meu cérebro ainda abalado pela alegria de escutar uma música que se gosta ao vivo, direto da fonte engoliu o Nantes meia boca que foi tocada, mas daí pra frente... er... a dura realidade sobrepujou a inocência feliz e me dei conta que o que tinha a frente era apenas um grupo de jovens bêbados que tentava a duras penas fazer seu trabalho.
O Zach era o pior. Chegou simplesmente a virar para a platéia e dizer que não tinha condições de cantar. Que pena que ele era o vocalista e eu tinha ido lá pra ouvir a banda! Lá pelas tantas (o tantas se refere as horas, porque músicas foram poucas) encarnando o vodkalista, após diversas paradas, batidas no peito e anúncios de "eu não consego cantarrr", ele teve a brilhante ideia de convidar o público para subir pra cantar com ele.
Sim, óbvio. O tênue equilíbrio se partiu, jovens ensandecidos subiram no palco e não me perguntem o que exatamente aconteceu lá em cima. Do resultado da conta o que soubemos foi que roubaram um microfone, sumiu um instrumento da banda, e suspeito que um dos acordeons foi quebrado.
Confiram comigo no replay em três lances: subida, ataque e descida.




Os músicos pararam, a produção exigiu o microfone e o instrumento de volta, a plateia ensaiou gritos de "devolve!" mas nada aconteceu. Arranjaram outro microfone, eles tocaram mais alguma coisa e foram embora. Alguns timidamente pediam bis da tragicomédia do Beirut enquanto eu saia do teatro de saco cheio com o bando de meninos bêbados. Se o Zach não podia cantar pelo menos tivesse feito malabarismo pra gente, dançasse um samba, compartilhasse a bebida...
Fumando um cigarro (dado de mal gosto, o que suspeito ter sido a causa da dor de garganta que me assolou nos dois dias seguintes) enquanto curtia minha dor de cabeça (sim, o show conseguiu) ainda soube que o Zach voltou e tentou tocar mais alguma coisa sozinho mas eu não tinha mais paciência nem vontade. Deixa pra lá, preferi ouvir Beirut em casa e continuar gostando da banda.

Fotos conseguidas pela Ju que estava comigo.

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