segunda-feira, 26 de abril de 2010

Contradito

Acordo cedo, levanto tarde.
Me banho lento, me visto rápido.
Sinto fome, não como nada.
Saio fresco, chego suado.
Caminho devagar, tenho pressa.
Atrasado, entro primeiro.
Escuto, às vezes não ouço.
Concentrado, estou distraído.
Sei, não conto.
Devolvo, não perco nada.
Parado, vôo.
De dieta, como demais.
Reclamo, e só.
Procuro, não acho.
Faço, não acontece.
Paro de fumar, peço um cigarro.
Penso, não ajo.
Ajo, não penso.
Sinto, finjo descaso.
Sou gênio, sou medíocre.
Prometo, não cumpro.
O dia é longo, a vida é curta.

Em meio, ora amo, ora conheço.
Os dois ciclos vivem enamorados da ideia de juntar-se.
E tocarem-se como um símbolo de infinito, e serem infinitos até acabarem como todas as coisas.
E sigo conhecendo o amor e amando conhecer.

Estou com sono, não durmo.

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